sexta-feira, 29 de março de 2024

Carlos Marun vê ‘retaliação’ do Judiciário ao governo Temer

Ministro vê relação entre rejeição de servidores à proposta de reforma da Previdência e decisões judiciais, como o impedimento da posse de Cristiane Brasil

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Responsável pela articulação política, Carlos Marun (MDB) é ministro da Secretaria de Governo (Foto: Demétrius Abrahão de Farias Ferreira/Folhapress)

ESTADÃO CONTEÚDO

 

Responsável pela articulação política, Carlos Marun (MDB) é ministro da Secretaria de Governo (Foto: Demétrius Abrahão de Farias Ferreira/Folhapress)

O ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), afirmou nesta quinta-feira que o governo do presidente Michel Temer (MDB) está sendo “retaliado” por parte do Judiciário por propor e defender a reforma da Previdência.

 

“O governo é retaliado por setores do Judiciário por estar propondo essa reforma. Ou tem cabimento juiz não saber ler artigo da Constituição que estabelece que nomear ministro é prerrogativa do presidente?”, questionou, referindo-se à suspensão da nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) para o Ministério do Trabalho pela Justiça.

 

Associações de juízes estão entre as representações profissionais que se mobilizam para que o Congresso rejeite, ou ao menos suavize, as mudanças nas regras para servidores públicos. Foi durante um evento da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) nesta quinta que dois integrantes da base aliada, o vice-presidente da Câmara, Fábio Ramalho (MDB-MG), e um dos vice-líderes do governo, Rogério Rosso (PSD-DF), criticaram a atual versão da proposta.

 

É justamente Rosso, que tem como base eleitoral o funcionalismo de Brasília, quem foi designado pelo presidente Temer para negociar com as associações. A principal mudança em pauta deve ser uma nova regra de transição para aqueles que ingressaram no serviço público antes de 2003.

 

“O atual texto nasceu totalmente errado. Fiz um apelo ao presidente Temer. Estou preocupado em fazer um texto justo. Essa campanha do governo contra o servidor coloca o brasileiro contra o brasileiro”, disse o parlamentar durante fala no ato da AMB.

 

Nomeação

 

Cristiane Brasil foi anunciada como a nova ministra do Trabalho no dia 3 de janeiro pelo presidente Michel Temer. Seu nome foi escolhido após uma negociação do presidente com o ex-deputado Roberto Jefferson, presidente nacional do PTB e pai de Cristiane, para garantir votos do partido à reforma da Previdência.

 

A deputada passou a ter sua nomeação questionada e a enfrentar o imbróglio na Justiça após a divulgação de notícias de que ela foi condenada a pagar 60.000 reais por dívidas trabalhistas a um motorista que trabalhava sem carteira assinada. Cristiane também fez um acordo com outro profissional, pagando a ele 14.000 reais para evitar uma nova condenação.

 

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