sexta-feira, 29 de março de 2024

Em MS, projeto de energia fotovoltaica garante economia na produção artesanal de pães

O equipamento conta com 25 anos de garantia, e uma vida média de 35 anos; Nele está incluso também um padrão duplo com fiação de entrada e saída dupla. Leia mais...

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Assessoria

 

Dona Maria Salete e sua produção de pães sem fermento químico. O produto é de altíssima qualidade e merece o selo da agricultura familiar (Foto - Divulgação)

Em uma propriedade rural de Ivinhema (a 288 km de Campo Grande) está sediado o primeiro projeto de energia sustentável de Mato Grosso do Sul que foi implantado a partir de financiamento do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar).

 

O investimento total foi de R$42.682,00, com 2 anos de carência e dez anos para pagar, em uma taxa de juros de 2,5% de ao ano. “Se comparado a economia de energia elétrica, pode-se afirmar até que o valor financiado se paga sozinho, ainda com lucros aos proprietários”, explica o Eng. Agrônomo Marco Antônio de Oliveira Georges, da Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário-MS/SEAD, que fez a visita técnica no mês de novembro para conhecer o projeto.

 

Com potência para produção de 600 KWH/Mês de energia solar, foram instalados 16 paineis, totalizando 27 m². De acordo com Maria Salete, proprietária do Sítio Nossa Senhora Aparecida na Gleba Ouro Verde, mesmo em dia nublado a geração acontece. Isso se deve graças ao sistema de inversor que possui placas refletoras, que libera energia e estabiliza a produção e o consumo. “O inversor tem essa função de indicador de momentos de produção e de consumo de energia. Estamos acompanhando os dados e constatamos que quando o dia está com o sol encoberto ele produz ainda mais que nos horários do sol forte”, afirma.

 

Outro diferencial é que o equipamento possui transformador e sistema anti surto elétrico do sistema da Solar Energy, ou seja, ele inclui uma chave de segurança, que no caso de um raio ou uma descarga elétrica será desligado automaticamente para evitar danos nos eletrodomésticos.

 

O equipamento conta com 25 anos de garantia, e uma vida média de 35 anos. Nele está incluso também um padrão duplo com fiação de entrada e saída dupla para o controle de consumo / produção de energia e um padrão com leitura de consumo e de produção de energia.

 

Segundo o técnico da Agraer, Arizoly Mendes, todas essas ações são resultados de dois contratos de ATER (Assistência Técnica e Extensão Rural) desenvolvidos pela Agraer nos últimos três anos na região, em conjunto com a SAF (Subsecretaria da Agricultura Familiar) e SEAD (Secretaria Especial da Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário).

 

“Destacamos veementemente a importância e a viabilidade do investimento destes recursos, que foram disponibilizados através destes contratos das Chamadas Publicas(SAF/SEAD) como ferramentas importantes para o desenvolvimento das ações de Extensão Rural, com impactos extremamente positivos para a produção da Agricultura Familiar da Região do Vale do Ivinhema, e para todo o estado”, disse.

Para o delegado federal do Desenvolvimento Agrário-MS/SEAD, Daniel Mamedio do Nascimento, ações como essa são exemplos a serem seguidos por demais agricultores familiares, de modo que se reduza custos no campo e agregue valor ao produto final (Foto - Divulgação)

 

Agroindústria

 

Os agricultores Maria Salete e Nelson Pinto trabalham com a venda de leite e a produção artesanal de biscoitos de nata e pães caseiros tradicionais sem a utilização de fermento químico. Os produtos da Agricultura Familiar são comercializados na “Casa Colonial Rincão”, na “Feira da Lua”, na Feira Tradicional e também na Casa da Cultura de Ivinhema.

 

“Começamos fazendo pães para entregar para a Conab e ganhamos o gosto do público, que cada vez mais foi fazendo encomendas. A especialidade desse pão é que não vai fermento químico, ele é feito com fermento natural produzido com batata inglesa, o que pode ser notado esse diferencial até mesmo pelo cheiro”, revela Maria Salete.

 

Por entregar semanalmente, a produção dos pães – agora em grande quantidade – é feita na máquina industrial e modelada no cilindro manual, o leite utilizado é produzido na própria chácara, o que também agrega valor ao produto final. Em breve, o pão artesanal ganhará o selo da agricultura familiar emitido pelo SEBRAE. “Uma receita que aprendi com minha vizinha e hoje garante a renda de minha família”, comemora.

 

Delegacia Federal do Desenvolvimento Agrário

 

Para o delegado federal do Desenvolvimento Agrário-MS/SEAD, Daniel Mamedio do Nascimento, a entidade visa estimular essas ações para fazer elas acontecerem cada vez mais, em função dos benefícios que trarão aos agricultores familiares. “Queremos divulgar este projeto e trazer as pessoas para conhecer e se inspirar nele como um investimento válido. Quando a gente vai a campo e vê que o trabalho em conjunto com a agricultura familiar está dando certo, nos enche de ânimo”.

 

Ainda de acordo com ele, a delegacia tem a função de controlar a aplicação desses recursos e incentivar o PAA (Programa de Aquisição de Alimentos) na comercialização, seja nas feiras livres ou em parcerias com prefeituras e secretarias de agricultura de todo o Estado. “A Secretaria Especial da Agricultura Familiar e de Desenvolvimento Agrário (SEAD) disponibiliza políticas públicas para a população e a delegacia está fomentando estas ações, principalmente ao oferecer recursos no pagamento da assistência técnica, que será feita a partir de convênio com a Agraer, como forma de incentivo ao produtor”, conclui.

 

 

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