sábado, 27 de abril de 2024

Estiagem de setembro tem pouco impacto na safra de soja da região Sul

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Embrapa

 

Em setembro de 2017, choveu apenas 12 mm, ou seja, apenas 12% da média histórica do mês na região. Além da pouca chuva, o mês também foi o mais quente dos últimos 39 anos, com temperatura média de 25,7ºC. Nesse sentido, essas condições climáticas influenciaram no início do plantio da soja no sul do estado.

 

O vazio sanitário da soja encerrou oficialmente no dia 15 de setembro, plena época em que a estiagem estava forte e sem previsão de chuvas para aqueles dias. Hoje, porém, quase 30 dias após data de largada da semeadura das lavouras de soja no Sul de Mato Grosso do Sul, muitos produtores ainda estão iniciando a implantação das lavouras.

 

O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Rodrigo Arroyo Garcia, explica que apesar da chuva ter atrasado o início do plantio, por enquanto não há nenhum impacto negativo nessa safra de soja. Muitos produtores, principalmente os que cultivam áreas maiores, começam o plantio na segunda quinzena de setembro, o que não ocorreu de forma tão acentuada nesse início de safra. “Se tudo transcorrer normalmente, e não tivermos nenhuma outra janela prolongada de estiagem em outubro, ou mesmo excesso de chuvas, boa parte das áreas de soja serão implantadas no mês de outubro, o que está dentro do esperado”, explica ele.

 

“Quanto mais o produtor atrasar o plantio, maior pode ser a pressão dos problemas fitossanitários, como a ferrugem asiática e o percevejo. Mas, o potencial produtivo é excelente mesmo que o plantio seja efetuado em novembro. Nesses casos, o uso de materiais precoces associado ao monitoramento fitossanitário adequado são fundamentais para o bom êxito da lavoura e viabilidade do milho em sucessão”, disse ele.

 

Irrigação – Outra alternativa que o produtor dispõe é a irrigação das lavouras. “Essa é uma ferramenta muito útil, que em anos de estiagem, como esse, trazem muito conforto e segurança para os produtores”, explica o pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Danilton Luiz Flumignan. Segundo ele, neste ano, por exemplo, o produtor que dispõe de sistemas de irrigação na sua propriedade iniciou a semeadura juntamente com a liberação do vazio sanitário, em 16 de setembro. Isso porque com a irrigação ele mesmo poderia fornecer a água que faltou devido à falta de chuvas.

 

Mas não é só isso. Danilton afirma que mesmo em épocas mais úmidas a irrigação nessa região do Estado pode ser um bom negócio. “Mesmo nas safras de maior oferta de chuvas para o cultivo da soja, sempre temos pequenos eventos de seca, fazendo com que a irrigação seja necessária para atingir o potencial produtivo que considero ser de, pelo menos, 80 sc ha-1 hoje”, afirma o pesquisador da Embrapa.

 

Ele explica que a irrigação tem como características atrativas a obtenção de altos índices de produtividade e da estabilidade interanual da produção, pois evita prejuízos nas lavouras por déficits hídricos e contribui para melhor planejamento da atividade agrícola.

 

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