sexta-feira, 26 de abril de 2024

Na internet, casal sequestrado desabafa: “mais uma chance de viver”

Para mãe e irmã da vítima, noite foi de descanso, mas preocupação com Maria Eduarda e Eduardo, que ainda sentem dores devido ação dos bandidos

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Eduardo e Maria Eduarda estão de casamento marcado para início do mês que vem (Foto: Reprodução/Facebook)

Campo Grande News

 

Eduardo e Maria Eduarda estão de casamento marcado para início do mês que vem (Foto: Reprodução/Facebook)

A madrugada deste domingo (18) foi finalmente de descanso para o casal Eduardo Marques Rocha, 26, e Maria Eduarda Façanho Leão, 21, vítimas de um sequestro na noite da última sexta-feira (16). Apesar disso, segundo relato da mãe e da irmã da vítima ao Campo Grande News, as dores pelo corpo e o abalo psicológico são difíceis de curar.

 

“Já conversamos hoje por telefone, ela está segura ao lado do noivo, mas ainda sente muita dor no corpo, mesmo tendo tomado remédio. Além disso, o abalo psicológico é o pior de tudo, pois ainda está muito recente”, afirmou dona Sanira Oliveira Façanho, de 52 anos, ao lado da outra filha, Maria Júlia de Oliveira Façanho, de 16.

 

O casal vítima de sequestro também procurou acalmar familiares e amigos por meio das redes sociais. Em seu perfil no Facebook, Maria Eduardo escreveu agradecendo o apoio e preocupação das pessoas. “A todos que estiveram de longe torcendo por nós, gostaríamos de agradecer por se preocuparem e principalmente orarem por nossas vidas nessas 10h horas angustiantes que vivemos”, escreveu.

 

“Revivemos e vencemos momentos de dor física e emocional que pareciam intermináveis. Graças a Deus não reagimos em nenhum momento e ficamos apenas ali, orando naquele lugar bem baixinho, acreditando que quando o sol nascesse estaríamos bem e salvos novamente”, descreveu a vítima sobre os momentos em que o casal permaneceu em poder dos criminosos.

 

Religiosa, a vítima destacou ainda a emoção dos dois terem sobrevivido aos momentos de medo e apreensão. “Glorificamos a Deus por nos dar mais uma chance de viver e continuar os propósitos Dele em nossas vidas”, revelou por meio da publicação, que concluiu pedindo para que os familiares e amigos “orem por nosso psicológico e saúde daqui para frente.

 

Planejado – Para a mãe de Maria Eduarda, não há outra explicação a não ser que o crime tenha sido premeditado. “Nós não somos ricos e acredito que os bandidos tenham seguido ela. Eles pareciam saber que ela tinha dinheiro na conta e que teria recebido pelo trabalho como fotografá que ela tinha feito horas antes”, revelou Sanira.

 

Ainda segundo ela, a filha, que relatou ter ficado boa parte do tempo com uma faca nas costas e uma arma virada para sua cabeça, disse ainda ter escutado os criminosos comentando sobre a casa onde o casal irá morar após o casamento, marcado para o dia 03 de março.

 

“Quase ninguém sabe o endereço de lá ou como estão os preparativos e eles [os criminosos] comentaram até o bairro onde a casa fica, por isso eu acho que alguém vinha cuidando ela”, explicou a mãe da vítima. Os documentos de Eduardo e Maria Eduarda foram queimados pelos bandidos na ocasião.

 

Apesar do susto, dona Sanira garante: “O casamento está mantido e agora será comemorado como nunca”.

 

Caso – O casal foi abordado por volta das 23h30 de sexta-feira em frente à casa da garota, na rua dos Barbosas, no Amambaí. Conforme vizinhos, os bandidos bateram no vidro do carro e exigiram entrar. Dali, o carro começou a circular pela cidade, com o rapaz ao volante. Depois, ele e a namorada foram colocados no banco traseiro.

 

O delegado João Paulo Sartori, do Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos, Assaltos e Sequestros), acredita que pelo menos três pessoas participaram do sequestro –relatos das vítimas indicam que mais pessoas faria parte da quadrilha. Também com base no testemunho do casal, ele informou que os bandidos os mantiveram com capuzes, proferindo ameaças logo após os sequestrarem.

 

Antes de serem libertados no Jardim Campo Belo (região do Nova Lima), as vítimas tiveram celulares e outros pertences tomados. Depois de serem liberados, eles contataram as famílias, dando fim a cerca de dez horas de angústia desde que o sequestro foi cometido.

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