quinta-feira, 28 de março de 2024

Prefeitura de Dourados contribui com função social da ressocialização

Através de parceria entre Funsaud e Agepen, lavanderia da PED vai atender demanda da rede hospitalar em Dourados.Leia mais...

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Assessoria

Já são entre 600 e mil quilos de roupas lavadas com previsão de aumento da capacidade para 2 mil quilos (Foto:A. Frota)

Uma parceria Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen) e a empresa Global Prestadora de Serviços vai permitir o cumprimento das ações de reinserção social de internos do Presídio Estadual de Dourados (PED) com benefício à Fundação Municipal de Saúde de Dourados (Funsaud) que vai enviar à lavanderia ativada no presídio toda a demanda da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) e Hospital da Vida, permitindo economia à administração e cumprimento da função social das medidas socioeducativas em Dourados.

 

Na sexta-feira (17), uma solenidade com a presença do secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública, José Carlos Barbosa, e a empresa envolvida, além dos representantes da Agepen e Ministério Público, marcou a divulgação das atividades na lavanderia instalada no presídio utilizando mão de obra de internos com vistas à preparação dos detentos para retorno à sociedade. Já são entre 600 e mil quilos de roupas lavadas com previsão de aumento da capacidade para 2 mil quilos.

 

A prefeita Délia Razuk, em agenda externa, foi representada no ato solene pelo assessor especial do gabinete, Alexandre Mantovani, que destacou os principais benefícios da ação. “A lavanderia que agora passa a funcionar aqui é um divisor de águas e com certeza contribuirá para o serviço local e o cumprimento da pena na melhor forma. É importante destacar que a função social de reinserção de pessoas à sociedade vem sendo cumprida pela PED. E estamos aqui para fomentar este processo, contribuindo com esta iniciativa”, disse. Também estiveram presentes representantes da Funsaud, do gabinete da Prefeitura.

 

O diretor-presidente da Agepen, Aud de Oliveira Chaves, destacou que a implantação da unidade de lavanderia na PED é uma ação que abre portas para tantas outras, com a possibilidade de inúmeros avanços no que tange aos métodos de ressocialização. “Os internos precisam desta atenção e podemos, tão somente, privá-los de liberdade, mas com todos os demais direitos garantidos. Esperamos outras parcerias semelhantes em outras unidades do Estado”, disse.

 

O secretário José Carlos Barbosa destacou a participação da Prefeitura de Dourados no processo, mantendo uma demanda para que a lavanderia possa funcionar. Segundo ele, esta é a mostra de que a sociedade precisa olhar, conhecer e participar do sistema prisional. “No Brasil não temos pena de morte e muito menos prisão perpétua. Assim, todo preso retorna para a sociedade e temos que contribuir para que retorne da melhor maneira. Agradeço a preocupação da prefeita Délia em encaminhar a demanda da rede hospitalar, propondo serviço aos internos e economia para a administração, sem é claro deixar de contribuir na reinserção deles à sociedade”, disse.

 

O promotor Juliano Albuquerque, da 8ª Promotoria comemorou uma mostra da quebra da barreira do preconceito. Segundo ele, é preciso mostrar aos empresários que estes podem atuar com o trabalho dos presos. “A certeza é de produtividade garantida com retorno à empresa, o ensino de um ofício aos detentos e o fato principal que não há perigo algum”, disse. Ele destacou que a PED já comporta ações de reinserção semelhantes, como a marcenaria, uma confecção e fabricação de bolas de futebol.

 

Segundo a Agepen, para a implantação da lavanderia, a empresa realizou as adequações necessárias determinadas pela Vigilância Sanitária, bem como a perfuração de um poço artesiano para atender as necessidades de água.

 

John Gomes, empresário que resolveu investir no projeto, disse que a meta é ampliar a capacidade diária de limpeza de vestimentas hospitalares. “Iniciamos em caráter experimental há cerca de dois meses e estou muito satisfeito com o trabalho desempenhado, nosso objetivo é ampliar as atividades e dar oportunidade a mais internos. Iniciamos com cinco, atualmente temos seis e nos próximos dias teremos mais quatro atuando no setor”, declarou o empresário.

 

Os reeducandos que atuam na lavanderia recebem remuneração mensal de três quartos do salário mínimo vigente e a remição de um dia na pena a cada três trabalhados, conforme estabelece a legislação. Os maquinários e estruturação do novo setor de trabalho foram de responsabilidade da empresa.

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