quinta-feira, 18 de abril de 2024

Professora reforça denuncia sobre água contaminada na UFMS de Ponta Porã

Encanamento antigo seria a causa de uma nova denúncia, mesmo após desativação de um antigo poço artesiano contaminado. Leia mais...

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João Pires

 

Contaminação na água consumida no campus de Ponta Porã teria iniciado em janeiro (Foto - Divulgação)

 

Documento encaminhado na semana passada ao ADUFMS – Sindicato dos Professores da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) reforça denúncia sobre uma suposta contaminação na rede de água que abastece o campus de Ponta Porã, mesmo após a desativação de um antigo poço artesiano, que seria o causador da contaminação.

 

Segundo o documento em que o Estado Notícias teve acesso, a professora Késia Caroline Ramires Neves, pede providencias a diretoria da ADUFMS, para que o sindicato exija da UFMS exames médicos dos docentes para detectar possíveis bactérias em decorrência da suposta contaminação, por meio de encanamento que não foram trocados.

 

O documento aponta uma primeira denúncia encaminhada pela professora, ao Conselho do Campus da UFMS, em 26 de janeiro. Naquele período ela solicitou para que fosse analisada a água distribuída para os prédios vizinhos UFMS/UEMS. Segundo o documento, a solicitação partiu do diagnóstico apresentado por dois professores que ‘sofreram/sofrem’ com a mesma síndrome produzida por bactéria, a Síndrome de Fournier.

Bebedouro foi desativado por suspeita de contaminação da água e reativado após desativado poço artesiano (Foto - Reprodução)

Em resposta a solicitação a direção teria enviado e-mail, confirmando que o Campus Universitário estaria com problemas na água consumida aconselhando o consumo de água potável fornecida em garrafas térmicas e galões em bebedouros.

 

Já no mês de março, segundo o documento, a direção do Campus de Ponta Porã comunicou que o problema estava resolvido com o abastecimento feito por encanamentos da Sanesul.

 

Segundo a professora, um mês após o comunicado da instituição, ela teria recebido a informação de uma aluna que obteve acesso ao um laudo, que teria apontado níveis de coliformes totais e da bactéria E-coli estavam acima do permitido para os padrões de potabilidade.

 

Ainda de acordo com o documento, houve contradições entre as explicações da direção de Campus de Ponta Porã sobre a existência de um laudo de exame da água e sobre resultados dentro da “normalidade”.

 

NOVA DENÚNCIA

 

Ao Estado Noticias a professora Késia afirmou que mesmo com algumas medidas adotadas pela UFMS, ela teme que a contaminação ainda exista, já que os encanamentos não foram trocados. “Os encanamentos são os mesmos que circulavam a água contaminada do antigo poço e não foram trocados. Então temos recebido água tratada com encanamento contaminado”, afirmou.

 

A professora afirmou ainda que dois professores foram diagnosticados com uma síndrome rara, fato que levantou a suspeita de contaminação e motivou a primeira reivindicação dos exames. “ A instituição deveria se preocupar com isso e pedir exames aos professores”, concluiu.

 

LEIA TAMBÉM:  ADUEMS CONFIRMA SUSPEITA DE CONTAMINAÇÃO DE ÁGUA NA UFMS DE PONTA PORÃ

 

OUTRO LADO

 

A reportagem entrou em contato com a diretora do campus da UFMS de Ponta Porã, Claudia Carreira da Rosa. Ela confirmou que existia uma suspeita de contaminação da água no inicio do ano, já que a água era fornecida de um antigo poço artesiano, já sem uso. Porém, após a desativação do poço a contaminação já não existe.

 

Com relação a análise da água, a diretora também confirmou que na época foi feita por técnicos da instituição, onde apontou coliformes fecais de pombos, contudo, após a substituição por água tratada, pela empresa de saneamento, o problema foi resolvido. “A caixa d`água foi toda esvaziada e totalmente limpa. Foi jogado um produto específico e esvaziada novamente para o produto passar pelos canos. Enfim, foi feito todo um processo sugerido por um laboratório de Campo Grande”, enfatizou.

 

Já com relação aos dois professores que estariam doentes por contas da contaminação, a diretora afirmou que a informação não procede. “Eu tomo a água daqui e se isso fosse verdade eu não tomaria”, ponderou.

 

Ainda segundo a diretora, caso a ADUFMS ache necessário uma nova análise, será feito. “Pra mim até agora não foi pedido uma nova análise, mas se acharem necessário, farei após comunicado”, ressaltou.

 

(Matéria atualizada às 17h10 para correção de informação)

 

 

 

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